Pular para o conteúdo principal

"O PORTA VOZ DE DEUS"

 Queria dividir algo  pessoal com vocês:

Em cada grupo e ação que tenho conhecido, venho aprendendo muito. Vou pra fotografar ,mas volto pra casa com muito mais que fotos.
Além de vários exemplos e lições que aprendo com os voluntários, os assistidos também me ensinam muito. E nem imaginam quanto!
E na última ação que estive, não foi diferente. Deus e o universo  usam o tempo todo pessoas e situações pra falar conosco. E dessa vez o porta-voz de Deus estava em uma casa de apoio para dependentes químicos que visitei.
Ele mora na casa de apoio .Uma pessoa simples e cheia de sonhos! E também um artista: com um dom natural pra desenho, faz  maravilhas como um passatempo! E conversando, nos contou um pouco de sua vida.

Abandonado quando criança, cresceu numa vida que poderia ter o levado pra outros caminhos.(como o crime ou vícios) Mas ainda menino escolheu trabalhar, mesmo ciente que esse fosse o caminho mais longo e difícil. 
"Aos 12 anos, peguei uma caixa e fui vender picolé na rua. Ganhava muito menos do que os amigos que vendiam drogas." conta ele.

Passou muita dificuldade, morou nas ruas, e nunca usou drogas. Mora na casa de apoio como obreiro, ajudando os outros a superarem seus vícios. Usa seus conselhos para fortalecer quem precisa.
Seu sonho? Aprender a escrever, pra poder passar pro papel as poesias que ele também faz.

❤E além de tudo isso, disse algo que muito me tocou: que apesar das dificuldades que enfrentou, nunca se revoltou contra Deus. Disse que MUITA gente quando se vê numa batalha, acha que Deus tá contra ele, tem raiva do mundo, se vitimiza e etc. Mas que revolta não leva a nada, e cabe a cada um de nós a consciência do que quer fazer com a sua vida!!

Me emocionei muito com isso...porque lembrei de um tempo atrás (não muito longe) quando perdi  minha mãe e logo em seguida  me aconteceram várias outras coisas difíceis (tive sérios problemas de saúde, familiares e etc.) 
E sim, nessa época eu me revoltei com Deus e com a vida!! Várias vezes me vitimizei mesmo sem querer, me deixei cegar pelas dores. Mas só depois de muito tempo é que comecei a entender, aceitar e agradecer cada dor que passei.(Quem me vê hj assim, falando muito de gratidão, não sabe quantas feridas foram feitas e revoltas que senti, até eu consegui enxergar isso!!)

Aprendi que em todo canto tem gente travando uma batalha ! Algumas muito maiores que outras ,mas nenhuma delas minimiza o sofrimento do outro. 
Porém, entendi que todas elas trazem grandes lições e também grandes escolhas...e só cabe a nós a decisão do que fazer com as nossas feridas, ou até mesmo ter a consciência de aceitar ajuda pra aprender o que fazer com essas dores, quando nem a gente souber como lidar com elas.

E eu tenho MT gratidão  por cada pessoa que passa pela minha vida, pelas lições que cada um tem pra nos dar. Todos ao nosso redor tem algo importante pra nos mostrar. Basta a gente  silenciar, ouvir e aprender...🙏❤

Postagens mais visitadas deste blog

"CARIDADE NÃO DEVE SER DIVULGADA" - Será mesmo? Vamos refletir?

  Hoje queria dividir com vocês outra reflexão, a qual muito já conversei com vários voluntários durante a execução do Projeto Empatia:  " Divulgar ou não uma ajuda?"  "é certo divulgar um projeto /ação  social?"  " Falar de uma ação social que você faz não é vaidade?" Muito se fala sobre essa "polêmica": Que não devemos divulgar ações, que se falar sobre uma campanha na qual você ajudou  é  "auto promoção", que caridade se faz em silêncio, e etc.  Quem nunca ouviu algo do gênero? O fato é que o medo desses rótulos é tão forte que muita gente tem pavor de sequer comentar sobre alguma doação feita, e alguns voluntários já sofreram muito com esses julgamentos que optam por sequer falar do seu trabalho até mesmo entre amigos e parentes. Bom, vamos por partes: entendo o pavor ,pois vivemos num mundo que "ama" julgar tudo e todos...na internet então, nem se fala! Mas ai fica a pergunta: como juntar forças, arrecadar, etc. sem divul...

LIÇÕES QUE O PROJETO TEM ME ENSINADO (e um desabafo!)

Uma das lições + duras que tenho aprendido com os voluntários (entre incontáveis lições e aprendizados) é uma dolorida e simples verdade: Muita gente não se importa. Simples e direto assim. Por mais que elas digam. Pq na hora do "vamos ver", o negócio muda. Mas pra mim, não adianta você se comover mas não se mover...Tá, eu sei: parece grosseria minha.. mas não tenho uma maneira menos dura de falar aqui sobre isso: "Ah eu até gostaria.. mas é que eu sou tão ocupado." /  "Eu gostaria de ajudar, mas eu não tenho grana".  Talvez essa seja uma das coisas que mais tenho escutado, e os trabalhadores também ao longo dos anos. Me entenda: eu  não quero julgar nada disso, pq não me cabe esse direito!  Mas sim convidar a refletir.  Eu sei que somos um universo de histórias e sentimento e cada um que sabe suas dificuldades. Eu também tenho inúmeras falhas e dificuldades, e também poderia fazer mais! (não sou e nem quero pagar de santa!) Mas hoje tenho tentado muda...

AÇÃO SOCIAL e PANDEMIA.E AGORA?

  J á percebemos que sempre que se fala sobre ação social, a gente começa a refletir cada vez mais sobre TUDO que envolve esse tema e a imensidão de coisas que cabem dentro desse universo... E ai claro que surge a dúvida á respeito da pandemia. Muito se fala sobre a execução das ações durante esse período...e ai: parar? Continuar?   Pensar sim na segurança dos assistidos e dos trabalhadores.. mas e se parar, como ficam aqueles casos mais críticos onde pessoas praticamente só sobrevivem graças à esses trabalhos? Para quem tem fome, essa fome pode esperar? E as novas demandas que surgiram causadas pela própria pandemia? (E são muitas!) O desemprego aumentou muito na pandemia. E isso aumentou o número de pessoas em situação de rua, de fome, de abandono de animais, de violência doméstica ,depressão, suicídios e outros.  Mas e a segurança frente à um vírus ainda tão desconhecido? Barra tudo isso mesmo!  São m uitas questões em pauta, ne? De fato, observei q...