Pular para o conteúdo principal

CARIDADE OU FRATERNIDADE? (reflexões)

 Como pude refletir sobre tanta coisa desde que comecei a fotografar o Projeto Empatia. Eu sou repetitiva quando digo que os voluntários e os assistidos tem muito me ensinado...mas é a verdade! Pra uma pessoa que AMA conversar como eu e refletir sobre tudo na vida, tem sido uma dádiva tudo isso!😁💗

Hoje conversando com uma voluntária que entrega alimentos nas ruas de Natal (e que prefere não se identificar, e eu respeito muito isso) trocamos algumas reflexões sobre várias questões. Algumas delas inclusive, já dividi aqui com vocês( e agora tudo isso tá reunido  aqui no blog do projeto também!).Mas como nessa vida, todo dia é dia de aprender algo novo, ela me trouxe uma questão que eu ainda não tinha refletido, e achei legal compartilhar!

*Importante frisar que cada reflexão que trago em forma de "textão", eu não trago como a verdade absoluta ( e isso existe? rs) ,mas trago como convite   para que cada um de nós possa pensar  nas várias perspectivas de todas essas questões, inclusive eu!!

Falávamos então muito sobre o papel do voluntário e de como algumas pessoas ainda veem quem se dedica aos trabalhos sociais como pessoas diferentes. (Falo na velha questão de associar o voluntariado ao heroísmo).Isso é uma das coisas que justamente tento desmistificar com o projeto. Além de ajudar os grupos/ ações divulgando suas ações, eu quero justamente mostrar que TODOS nós somos iguais e todos nós podemos ser empáticos, cada um ao seu modo e dentro de sua realidade.

Devemos parar de olhar a ajuda ao próximo como algo sobrenatural, e encarar como algo que DEVE ser normal.(E um dia será! Confio nisso!)

Não existe melhor e pior. E isso também se  aplica aos que estão sendo ajudados. Somos todos humanos, cada um carregando seus problemas e suas alegrias, dentro de limitações que variam conforme  a jornada de cada um. e todos buscando melhorar a cada dia. Ser voluntário não te faz melhor do que a pessoa que está recebendo ajuda.


E também falamos sobre quanto essa questão também precisa ser clara na cabeça de quem colabora com uma ação. Estar ali não te faz melhor que ninguém.


E ai, ela me disse algo que me impactou e que eu realmente quero dividir com vocês: 

Ela disse que em seus trabalhos não se sente à vontade de usar a palavra CARIDADE. E me explicou que quando  se fala em caridade, automaticamente as pessoas tendem a pensar em algo que vem de "cima pra baixo". (Alguém em melhor condição ajudando alguém que está em uma posição inferior.) De fato, a palavra caridade vem de carestia/carência. E ela disse:

 "Eu prefiro usar FRATERNIDADE. Ela nos nivela por iguais. Só porque eu estou ali doando meu tempo e entregando alimentos, isso não me faz melhor do que nenhum dos que estão ali recebendo ajuda. E isso também não me dá o direito de exigir deles gratidão comigo."


Eu precisava dividir isso com vocês, pois essa conversa me impactou muito. De fato, somos todos irmãos. Somos fraternos. Devemos partilhar algo com nosso amor no coração, DE IGUAL PRA IGUAL.

Que possamos cada dia mais exercitar nossa FRATERNIDADE!❤


Postagens mais visitadas deste blog

"CARIDADE NÃO DEVE SER DIVULGADA" - Será mesmo? Vamos refletir?

  Hoje queria dividir com vocês outra reflexão, a qual muito já conversei com vários voluntários durante a execução do Projeto Empatia:  " Divulgar ou não uma ajuda?"  "é certo divulgar um projeto /ação  social?"  " Falar de uma ação social que você faz não é vaidade?" Muito se fala sobre essa "polêmica": Que não devemos divulgar ações, que se falar sobre uma campanha na qual você ajudou  é  "auto promoção", que caridade se faz em silêncio, e etc.  Quem nunca ouviu algo do gênero? O fato é que o medo desses rótulos é tão forte que muita gente tem pavor de sequer comentar sobre alguma doação feita, e alguns voluntários já sofreram muito com esses julgamentos que optam por sequer falar do seu trabalho até mesmo entre amigos e parentes. Bom, vamos por partes: entendo o pavor ,pois vivemos num mundo que "ama" julgar tudo e todos...na internet então, nem se fala! Mas ai fica a pergunta: como juntar forças, arrecadar, etc. sem divul...

LIÇÕES QUE O PROJETO TEM ME ENSINADO (e um desabafo!)

Uma das lições + duras que tenho aprendido com os voluntários (entre incontáveis lições e aprendizados) é uma dolorida e simples verdade: Muita gente não se importa. Simples e direto assim. Por mais que elas digam. Pq na hora do "vamos ver", o negócio muda. Mas pra mim, não adianta você se comover mas não se mover...Tá, eu sei: parece grosseria minha.. mas não tenho uma maneira menos dura de falar aqui sobre isso: "Ah eu até gostaria.. mas é que eu sou tão ocupado." /  "Eu gostaria de ajudar, mas eu não tenho grana".  Talvez essa seja uma das coisas que mais tenho escutado, e os trabalhadores também ao longo dos anos. Me entenda: eu  não quero julgar nada disso, pq não me cabe esse direito!  Mas sim convidar a refletir.  Eu sei que somos um universo de histórias e sentimento e cada um que sabe suas dificuldades. Eu também tenho inúmeras falhas e dificuldades, e também poderia fazer mais! (não sou e nem quero pagar de santa!) Mas hoje tenho tentado muda...

AÇÃO SOCIAL e PANDEMIA.E AGORA?

  J á percebemos que sempre que se fala sobre ação social, a gente começa a refletir cada vez mais sobre TUDO que envolve esse tema e a imensidão de coisas que cabem dentro desse universo... E ai claro que surge a dúvida á respeito da pandemia. Muito se fala sobre a execução das ações durante esse período...e ai: parar? Continuar?   Pensar sim na segurança dos assistidos e dos trabalhadores.. mas e se parar, como ficam aqueles casos mais críticos onde pessoas praticamente só sobrevivem graças à esses trabalhos? Para quem tem fome, essa fome pode esperar? E as novas demandas que surgiram causadas pela própria pandemia? (E são muitas!) O desemprego aumentou muito na pandemia. E isso aumentou o número de pessoas em situação de rua, de fome, de abandono de animais, de violência doméstica ,depressão, suicídios e outros.  Mas e a segurança frente à um vírus ainda tão desconhecido? Barra tudo isso mesmo!  São m uitas questões em pauta, ne? De fato, observei q...