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LIÇÕES QUE O PROJETO TEM ME ENSINADO (e um desabafo!)

Uma das lições + duras que tenho aprendido com os voluntários (entre incontáveis lições e aprendizados) é uma dolorida e simples verdade: Muita gente não se importa. Simples e direto assim.

Por mais que elas digam. Pq na hora do "vamos ver", o negócio muda. Mas pra mim, não adianta você se comover mas não se mover...Tá, eu sei: parece grosseria minha.. mas não tenho uma maneira menos dura de falar aqui sobre isso:

"Ah eu até gostaria.. mas é que eu sou tão ocupado."/ "Eu gostaria de ajudar, mas eu não tenho grana". 

Talvez essa seja uma das coisas que mais tenho escutado, e os trabalhadores também ao longo dos anos.

Me entenda: eu  não quero julgar nada disso, pq não me cabe esse direito! Mas sim convidar a refletir. 
Eu sei que somos um universo de histórias e sentimento e cada um que sabe suas dificuldades. Eu também tenho inúmeras falhas e dificuldades, e também poderia fazer mais! (não sou e nem quero pagar de santa!)

Mas hoje tenho tentado mudar, porque posso dizer que é MUITO duro ouvir "não tenho tempo" quando estou vendo mães, pais, trabalhadores, estudantes e pessoas que se viram em 100 mas conseguem 5 minutinhos pra ajudar o próximo. É difícil ouvir "eu até gostaria mas é que não tenho grana", quando a gente vê gente que passa necessidade, mas mesmo assim divide o pouco que tem. Dói escutar: "eu não vou compartilhar isso no meu Instagram pq não tem nada a ver comigo", mas muitas vezes essa pessoa tá na rede social postando da vida de um artista ou da política, e  muitas vezes até julgando o que essas pessoas poderiam fazer pra ajudar o mundo!! Irônico, não?

Quando criei o projeto Empatia foi justamente com a intenção de mostrar essa diversidade de pessoas que se doam: nesse universo não tem só gente desocupada ,cheia de grana ou santos descidos do céu! Eu aprendi que todos somos humanos, cheios de falhas...mas que podem se moldar e tentar melhorar, e que todo dia é dia de começar a mudar o seu mundo e o mundo dos outros.

Como? Te mostro:
-Tem gente que não pode doar dinheiro ou objetos e doa seu tempo, suas palavras, seu amor.
-Tem gente que não tem tempo de ir porque sua rotina não permite, mas consegue fazer uma transferência de qualquer valor.
- Tem gente que não tem tempo e grana, mas ajuda divulgando como pode.( redes sociais, boca a boca e etc.)
- Tem gente que divide a comida, o sangue(literalmente), a medula, o cabelo, as roupas.. enfim, tem muito que pode ser feito. Basta realmente querer. Esta é a grande lição que o projeto está me mostrando. Inclusive pra mim!

 Como eu disse, o projeto surgiu pra mostrar que voluntário não é santo e nem herói. É uma pessoa normal, mas que aprendeu que sentir empatia é algo normal como sentir fome, dor, amor e etc. Ou pelo menos deveria ser. 

De fato, magoa sim ver como algumas pessoas não veem, não querem ver, ou fingem não ver. Conversei sobre isso com alguns voluntários que venho conhecendo e então aprendi mais uma lição:

"Ana, se a gente for se machucar com cada não que a gente escuta, a gente paralisa. Temos que focar no bem e seguir em frente."

 Entendi então que cada um tem seu jeito de ver a vida, e seu tempo de "acordar", refletir e de querer mudar ...(e se achar que deve, claro). 

Sigamos! Cada pequena gota de água é que faz um oceano!  :)

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